LONDRES (Reuters) – O petróleo caiu nesta quarta-feira devido aos temores de demanda alimentados por ventos contrários macroeconômicos, já que a Arábia Saudita e a Rússia se comprometeram a continuar os cortes na produção de petróleo até o final de 2023.
Os futuros do petróleo Brent caíram US$ 2,02, ou 2,22%, para US$ 88,90 o barril às 12h28 GMT, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) caiu US$ 2,10, ou 2,35%, para US$ 87,13.
Uma reunião online do Comitê Conjunto de Monitoramento Ministerial da OPEP+ (JMMC) na quarta-feira manteve a política de produção do grupo inalterada, disseram duas fontes enquanto a reunião estava em andamento.
De acordo com o relatório, o JMMC se reunirá no próximo dia 26 de novembro.
Os preços do petróleo estão sob pressão devido aos receios da procura motivados por intervenções macroeconómicas.
“Do foco no aperto de curto prazo, nas implicações de longo prazo das taxas de juros, no ambiente macro moderado e em como a Opep+ planeja lidar quando se reunir em 26 de novembro”, disse um analista da Investec. Callum Macpherson.
O Ministério da Energia da Arábia Saudita confirmou na quarta-feira que continuará a reduzir a oferta de petróleo bruto em 1 milhão de barris por dia (bpd) até ao final do ano.
A Rússia disse em Abril que iria continuar com os actuais cortes nas exportações de petróleo bruto de 300 mil bpd até ao final do ano, rever o seu corte voluntário de produção de 500 mil bpd e retirá-lo em Novembro.
O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, disse que os cortes voluntários conjuntos da Rússia e da Arábia Saudita ajudaram a equilibrar os mercados de petróleo.
Novak também saudou o efeito positivo que a proibição de exportação de diesel e gasolina imposta pelo Kremlin teve no mercado interno, dizendo que o governo continua a monitorar os preços dos combustíveis na Rússia.
A Rússia pode estar pronta para aliviar a proibição do diesel nos próximos dias, informou o diário Kommersant na quarta-feira, citando fontes não identificadas.
Um dólar americano mais forte também poderá pesar no sentimento dos investidores.
A actual força do dólar é “uma recuperação que continuará a assombrar todos os mercados, incluindo o petróleo, mesmo que, como agora, haja um cenário fundamental convincente”, disse o analista da PVM, John Evans.
Como moeda de troca do petróleo, um dólar forte torna o petróleo relativamente mais caro para os detentores de outras moedas, reduzindo a procura.
Reportagem de Robert Harvey, Laura Sanicola e Muyu Xu; Edição de Mark Potter e Louise Havens
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